“O país não pode viver de sobressaltos e na instabilidade política, econômica e social, e a economia não pode ficar à expectativa da política. Pensar e criar os novos patamares do crescimento, da diversidade e da integridade são tarefas de nossas organizações”.
Pautado por este desafio, o Instituto Ethos realizou de 25 a 27 de setembro, em São Paulo, a Conferência Ethos 360º 2017, que reuniu 1.200 empresários, especialistas e líderes de institutos e Organizações do Terceiro Setor.
O evento contou com a participação da Fundadora do Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça, Josimara Ribeiro de Mendonça; do gerente Executivo, Rafael Albuquerque Braghirolli e de Maria Inês Marcório Guedes Moreira de Carvalho, coordenadora do Conselho.
Foram dias de intensa programação, com até cinco atividades simultâneas e painéis que versaram sobre Segurança Alimentar; Dinheiro e Consciência; Democracia, Representatividade e Comunicação; Voluntariado; Inovação e Economia Circular na Gestão de Resíduos; Empresas e Direitos Humanos; Bem Estar Animal; Povos Indígenas e Direitos Territoriais; Ética no Futebol; Cadeias Globais de Valor; Mobilidade Corporativa; Atitudes Sustentáveis nos Relacionamentos; Enfrentamento de Desigualdades Sociais no Mercado de Trabalho; Mecanismos de Contratação Pública; Direito das Crianças e Adolescentes; Governo Aberto, Empresas e Sociedade; Inteligência Artificial; Política, Democracia e Coletivos: jovens, LGBT, negros e mulheres inspiram e mudam a cara do ativismo!
O tema central foi a busca de um projeto de recuperação para o país, pautado na diversidade. A própria montagem da programação demonstrou o desafio da diversidade: o Instituto Ethos, realizador do evento, buscou equilibrar o número de homens e mulheres e de negros e brancos, participantes das mesas.
Networking
A própria Conferência é ambiente de estímulo ao networking e ao intercâmbio de experiências para atuação no Terceiro Setor. A fundadora do IORM manteve contato com Neca Setúbal, socióloga e educadora e presidente dos conselhos da Fundação Tide Setubal e do GIFE. Fundadora e membro do conselho do Cenpec – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária.
Segundo Neca, em sua participação no evento, “a incapacidade de ofertar e garantir uma educação básica de qualidade para todos acarreta consequências graves não só para pessoas em maior situação de vulnerabilidade, mas para todo o conjunto da sociedade.” Ela citou o Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A publicação informa que o Brasil está entre os países mais violentos do mundo com 59.080 homicídios em 2015, taxa de 28,9 por 100 mil habitantes. A pesquisa confirma que de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Do total de óbitos causados por homicídios, 46,8% são cometidos contra jovens de 15 a 19 anos.
Objetivos do Milênio
No Evento, foram destaque os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – os ODS, compromissos para a Agenda da ONU 2030.
A Conferência apontou para o aumento do preconceito e intolerância no país e a formação de bolhas de opiniões promovendo a radicalização das opiniões.
O Instituto lançou o documento Plano Nacional de Integridade, Transparência e Combate à Corrupção. Um documento amplo, que visa a adoção de diversas medidas. Segundo Jorge Hage, ex-ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (2006-2015), são “propostas abertas” para serem discutidas com a sociedade. Um dos elaboradores do documento, ele afirmou que apenas com mobilização popular grandes mudanças na política serão possíveis.
O texto contou com o apoio de diversas entidades e órgãos, como a Transparência Internacional e a Rede Brasil do Pacto Global da ONU.