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Usina da Dança

Pesquisa da Unicamp revela impacto positivo do Projeto Usina da Dança no desenvolvimento de crianças e jovens


Professores, diretores de escolas e pais dos alunos da Usina da Dança observaram um impacto positivo no desenvolvimento educacional, social e emocional de crianças, adolescentes e jovens assistidos pelo Projeto que é desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM, em quatro municípios da região Nordeste do Estado de São Paulo: Orlândia, Miguelópolis, Guaíra e Ipuã. 

Esse é um dos principais resultados revelados pela pesquisa Mapeamento Usina da Dança: avaliação do impacto no desenvolvimento integral, que se baseou em informações sociais, econômicas e no desempenho escolar de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos e 11 meses, matriculados no programa, durante os anos de 2017 e 2019.

A pesquisa foi conduzida pelo Núcleo de Dança Redes do Instituto de Artes da Universidade de Campinas – Unicamp, uma das mais importantes universidades públicas do país, em parceria com seu Núcleo de Estudos de Políticas Públicas – NEPP e IORM, por meio da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp – Funcamp. O estudo foi realizado pelo Programa de Estudos em Políticas Públicas para a Educação Infantil – PEPPEI do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas – NEPP e o Núcleo de Dança Redes do Instituto de Artes, coordenado pela pesquisadora do NEPP, Dra. Roberta Rocha Borges em parceria com a professora doutora Daniela Gatti do Instituto de Artes da Unicamp.

Um total de 188 alunos da Usina da Dança fizeram parte da amostragem, dos quais, 34 do núcleo do IORM em Guaíra; 44 do núcleo Ipuã; 39 do núcleo Miguelópolis e 61 do núcleo do Instituto em Orlândia. Foram selecionados como público da amostra os adolescentes que ingressaram no Projeto entre os anos de 2017e 2019, portanto, antes do período de distanciamento social imposto pela pandemia do Covid-19, que afetou as ações da Usina da Dança.

“Foi gratificante constatar, por meio da pesquisa, que os participantes da Usina da Dança têm sido beneficiados por atividades que auxiliam em aspectos do desenvolvimento integral como uma maior autonomia, sensibilidade, expressividade, criatividade, interação interpessoal, noção de cidadania e pertencimento comunitário.”, destaca a coordenadora artística do IORM, Valéria Passeto.

Os responsáveis pelos alunos, seus professores e diretores das escolas oficiais, em seus testemunhos, informaram aos pesquisadores que a realização de práticas artísticas tem impacto positivo no desempenho escolar, desenvolvendo várias habilidades intelectuais, motoras e socioemocionais, favorecendo a saúde e bem-estar dos participantes. 

Entre as habilidades sociais desenvolvidas, os educadores entrevistados destacaram características como empatia, a segurança no desempenho de funções na sala de aula, assertividade, capacidade de comunicação, disciplina e maior envolvimento com os estudos, além de proatividade.

“Os comentários reforçam a importância do Programa Usina da Dança no desenvolvimento dos participantes, com destaque para a infraestrutura, equipe e atividades propostas, e o trabalho de assistência social na região.”, salienta a coordenadora do Conselho do IORM, Maria Inês Marcório Guedes Moreira de Carvalho. 

Os pesquisadores sugeriram a continuidade do mapeamento e a coleta de informações e comentários sobre o desenvolvimento dos participantes de forma constante. “Os resultados da pesquisa trazem elementos importantes para a assessoria pedagógica do Projeto e para um papel de ainda maior protagonismo da Usina da Dança e do próprio IORM no avanço da educação integral na região. Os comentários reforçam a importância da Usina da Dança no desenvolvimento dos participantes, com destaque para a infraestrutura, equipe e atividades propostas, assim como o trabalho de assistência social na região”, destaca o gerente Executivo do IORM, Rafael Albuquerque Braghiroli.

Universo

O programa Usina da Dança é desenvolvido pelo IORM desde 2005, por meio de ações culturais e artísticas, especialmente na área da dança, voltada às crianças e adolescentes, na faixa etária de sete a 17 anos e 11 meses, de ambos os sexos, matriculados na rede pública de ensino. Os alunos do Projeto vivenciando situações de vulnerabilidade social e riscos e são encaminhados pela rede de proteção social dos municípios atendidos pelo Instituto.

A situação socioeconômica dos alunos também foi analisada. O núcleo do IORM de Ipuã registra, segundo os pesquisadores, o maior percentual de participantes cujas famílias sobrevivem com menos que um salário-mínimo mensal. Em todas os núcleos do Instituto, a maior parte das famílias dos alunos pesquisados concentra-se na faixa salarial entre um e dois salários-mínimos mensais. Já os alunos dos núcleos do IORM de Guaíra e Orlândia são as que apresentam maior percentual da faixa de renda familiar superior a dois salários mínimos mensais.

O relatório do trabalho de pesquisa já faz parte da Biblioteca Digital da Unicamp e pode ser acessado na íntegra por meio do link https://www.bibliotecadigital.unicamp.br/bd/index.php/detalhes-material/?code=111687

 

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