Oficina de Formação Audiovisual é o nome do projeto realizado pelo Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM, em parceria com a Escola Estadual Antônio Francisco D’Ávila, de Ipuã, responsável por levar mais de 250 adolescentes para assistir a filmes e participar de debates audiovisuais, no Cineclube Ávila, criado dentro da própria escola. O Projeto foi aprovado no Edital de seleção pública municipal, proveniente da Lei Federal Paulo Gustavo, por meio do Ministério da Cultura, Prefeitura e Secretaria Municipal de Educação e Cultura Ipuã.
Com atividades iniciadas em novembro de 2023, o Cineclube realizou cinco sessões de cinema com audiodescrição ao vivo, com Bell Machado. As sessões aconteceram nos períodos da manhã e da tarde, nos dias 24 de novembro do ano passado e nos dias 20 de fevereiro e cinco de março deste ano.
O objetivo do projeto é o de estimular o acesso à cultura por meio do fomento do cinema nas escolas e os debates temáticos a partir de um olhar coletivo sobre as obras. Os filmes exibidos são selecionados por curadorias feitas pelos próprios alunos.
As sessões contaram com palestras sobre o panorama da história do cinema no Brasil e no mundo e exibição de filmes que são pilares da arte cinematográfica, com audiodescrição ao vivo e rodas de discussão. Os debates enfatizaram a importância da criação de espaços coletivos para a discussão sobre os filmes, a importância do respeito às preferências pessoais de cada espectador e da formação de grupos para mediar as escolhas dos filmes. O debate leva os alunos a estudarem a autoria, a produção e a crítica do filme escolhido.
“A premissa básica do projeto foi a de refletir sobre a importância do cinema nas escolas, através da implementação de cineclubes, não apenas como uma atividade pedagógica, mas como um ato criativo, no qual o filme é apresentado como um gesto de criação. A criança do século XXI está inserida em um mundo multimídia, onde a linguagem audiovisual circula tanto quanto a linguagem escrita. O cinema pode estar na sala de aula de muitas formas, podendo ser visto não apenas restrito como um recurso metodológico para facilitar a aprendizagem de determinado conteúdo, ou apenas como forma de lazer e entretenimento, mas de forma a favorecer a ampliação da experiência fílmica de alunos e professores. Um filme representa além dos assuntos estudados em uma determinada serie ou em uma única disciplina. O cinema pode ser um meio para refletirmos sobre o mundo a nossa volta, expondo e questionando a realidade.”, destaca a audiodescritora Bell Machado.
As Oficinas contaram com uma programação cujos conteúdos abordaram conceitos sobre o cinema, a importância dos cineclubes na promoção da cultura cinematográfica e nos contextos escolares, como também as diversas maneiras de se olhar um filme e formar curadorias. “Educar o olhar das pessoas para a diversidade, para a arte e a cultura é uma das missões do IORM e o Projeto Cineclube vem para agregar e cumprir com esse objetivo.”, finaliza o gerente Executivo do IORM, Rafael Albuquerque Braghiroli.
Acessibilidade
“O IORM já realiza atividades audiovisuais com foco educativo cultural há seis anos em Guaíra, desde a inauguração da Sala Cinergia. Desde então, as ações tem cada vez mais a participação dos estudantes da rede pública de ensino nos debates audiovisuais, que tem contribuído para potencializar a qualidade das discussões sobre a riqueza cultural brasileira e o despertar de sentimentos vividos na memória dos alunos e mediadores, contribuindo com a formação de valores de cidadania e de uma sociedade mais inclusiva e o conhecimento sobre a sétima arte.”, afirma a psicóloga do IORM, Lais Iletski Eloi Martins.
A acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva está assegurada no Projeto Oficina de Formação Audiovisual. O cinema é uma arte que encanta a todos, com e sem deficiência, e por isso, os recursos da audiodescrição e de Libras são fundamentais para a inclusão dessas pessoas na sociedade. A questão da acessibilidade é abordada de forma bastante prática na Oficina. Os jovens são provocados a refletir como fariam para ver um filme, se fossem cegos ou surdos? Trazendo à tona a importância da audiodescrição.
Os filmes exibidos nas sessões do Cineclube D’Ávila:
- Que horas ela volta, Brasil, 2015, dirigido por Anna Muylaert
- Cidade de Deus, Brasil, 2002, dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund
- Mãos Talentosas, EUA, 2009, dirigido por Thomas Carter
- O menino que Descobriu o Vento, Reino Unido, 2019, dirigido por Chiwetel Ejiofor
- A Saída da Fábrica, França, 1895, dirigido por Auguste e Louis Lumiére
- Viagem à Lua, França, 1902, dirigido por George Meliés.
