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Cultura

IORM visita Cidade Educadora de Jundiaí e regressa com inspirações e constatações sobre sua missão

Imagine uma cidade que respeitar e promove, de verdade, o direito da criança de participar plenamente da vida cultural, artística, recreativa, e de lazer. Uma cidade em que um Comitê de Crianças é ouvido para o planejamento da cidade. Um lugar em que as ruas são fechadas aos domingos para permitir o brincar e onde foram implantadas Área da Infância, um espaço qualificado, com um equipamento público de referência e um espaço ao ar livre de contato com a natureza. Parques e áreas ao ar livre dedicados às brincadeiras. Onde se comemora no primeiro domingo de Outubro o Dia do Brincar e uma rota turística temática. A área de saúde também foi envolvida no projeto com seu receituário lúdico, que prescreve brincar ao ar livre, andar a pé, explorar a natureza, evitar o uso de telas, praticar esportes, cantar e ler em família, conversar e interagir, além de uma alimentação com mais frutas, verduras e legumes.

Estamos falando de Jundiaí, Cidade Educadora, destino escolhido por membros do IORM, entre eles, Maria Inês Marcório Guedes Moreira de Carvalho, coordenadora do Conselho;  Rafael Albuquerque Braghiroli, gerente Executivo; Valéria Pasetto,  coordenadora Artística, Janaína Amadeu, coordenadora de Projetos e a captadora de recursos, Célia Piai.

Os representantes do IORM, uniram-se a excursões que partiram dos Municípios paulistas de Americana, Orlândia, Ipuã, Guaíra e Miguelópolis. O objetivo foi o de conhecer de perto todo o trabalho de educação orientado seu trabalho de educação para atender à Declaração Universal dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

A ideia da visita surgiu da professora Roberta Borges, coordenadora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de Roberta Puccetti, professora da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Estadual de Londrina, do Paraná, com as quais a Unidade de Gestão de Educação (UGE) possui diversas parcerias como, respectivamente, por exemplo, para a implantação do Centro Internacional de Estudos, Memórias e Pesquisas da Infância (Ciempi) e do grupo de pesquisas [Re]Conectar (es).

As políticas públicas prioritárias às Infâncias aplicadas em Jundiaí por meio dos programas municipais Cidade das Crianças e Escola Inovadora foram apresentadas aos visitantes pelos gestores Vastí Ferrari Marques e Marcelo Peroni, respectivamente, titulares das Unidades de que compõem a Plataforma de Governo de Educação e Cultura, os grupos iniciaram a manhã de atividades no auditório Elis Regina do Complexo Argos e seguiu por pontos vinculados às políticas abordadas, como o Mundo das Crianças.

Vastí compartilhou o histórico da rede municipal de ensino e da implementação do programa Escola Inovadora e do Currículo Jundiaiense, tratando da importância da escuta da criança e do incentivo ao seu protagonismo. “Em Jundiaí temos a convicção de que a redução das desigualdades sociais passa pela Educação, pois, afinal, as crianças todas passam pela escola, muitas delas já desde os quatro meses de idade. E o exercício da escuta de incentivo ao protagonismo deles, enquanto cidadãos traz grandes surpresas. Eles não vêm com pedidos como piscinas ou chafarizes de refrigerante. Eles pedem sustentabilidade, respeito ao meio ambiente, inclusão para o amiguinho com deficiência e uma cidade melhor para os idosos.”

Peroni, que é ponto focal do Cidade das Crianças, aprofundou o tema dos oitos eixos norteadores do programa municipal e reforçou a importância da escuta. “O prefeito Luiz Fernando Machado fez, logo no início de seu governo, uma escolha política pelas Infâncias e temos implementado iniciativas que não só são alinhadas com as propostas do pedagogo Francesco Tonucci como com o cumprimento da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças. Tudo isso a partir de provocações, como da necessidade da intersetorialidade das ações, da participação das crianças no planejamento das cidades e da escuta delas. Este último, a esta altura, garantido em três esferas: no Comitê das Crianças, nos Conselhinhos Escolares e no Comitê de Escuta Hospitalar, no Hospital Universitário (HU).”

Inspiração

“Para o IORM  foi importante conhecer Jundiaí, como inspiração, oportunidades para o estabelecimento de novas parcerias, referências e modelos de gestão pública para a educação. O IORM pode vir a ser o articulador deste conceito na região de forma conjunta com sua atuação direta na manutenção das oficinas e atividades dos centros culturais.”, afirma a coordenadora do Conselho do IORM.

“Já conhecia os princípios e valores da cidade educadora, cidade das crianças. O que me emocionou foi a prática, o feito. A vontade de fazer esta política do com a cidade. Política é negociação, é orçamento, é decisão. Entendi que não foi e ainda não é fácil. Construir uma cidade educadora é obra permanente.

Fiquei com vontade de ter feito parte deste processo de construção. Queria ser um deles.”, analisa o gerente Executivo do IORM.

“É interessante observar como nosso trabalho se conecta com a realidade viven ciada em Jundiaí. A Usina da Dança está além dos muros das salas de dança…, já levamos nossos trabalhos autorais, desenvolvidos pela escuta das crianças, para as escolas e demais instituições de nossas cidades, através das Disseminações Culturais. Também promovemos a formação de professores da rede, por meio de oficinas que trabalham arte e educação e temáticas reais, no intuito de sensibilizar e desacomodar os professores para seu trabalho em sala de aula. Abraçamos a  perspectiva pós-moderna de educação que acredita na educação através do corpo, dos sentidos, e não apenas pela razão! Por tudo isso acredito no IORM como articulador, contribuindo para esta formação, continuada e cotidiana, de educadores nesta perspectiva de educação pós moderna, a ressignificação da educação. Assim, só com este conceito ampliado conseguiríamos mudar os espaços físicos.”, finaliza a coordenadora Artística do IORM.

Nove passos para assegurar os direitos:

  • Respeitar e promover o direito da criança de participar plenamente da vida cultural, artística, recreativa, e de lazer.
  • Reconhecer o direito da criança ao lazer e a um padrão de vida adequado ao seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral e social.
  • As crianças têm o direito de expressar livremente suas opiniões e de participar efetivamente do processo de tomada de decisões que impactam suas vidas.
  • A criança e o adolescente têm o direito à proteção, à vida e à saúde, mediante à efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
  • A criança e o adolescente têm o direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania, garantindo-lhes, ainda, a igualdade de condições para o acesso e permanência da escola.
  • A Cultura é ferramenta de transformação e emancipação.
  • Caixas de ferramentas que ajudam na mudança de comportamento, para que a criança seja prioridade absoluta e seu desenvolvimento saudável garantido.
  • Participação da construção de um projeto comum de desenvolvimento saudável da Infância e de um contexto urbano adequado para crianças.
  • Jundiaí participa da construção de um projeto comum de desenvolvimento saudável da Infância e de um contexto urbano adequado para crianças.