Casa Fiat, Palácio das Artes, Complexo da Pampulha, Inhotim… Esses foram alguns dos locais visitados em Belo Horizonte e Brumadinho pelas representantes das equipes artística, social e administrativa do Projeto Agenda Cultural 2022, realizado pelo Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM, entre os dias 9 e 11 de agosto.
Durante a visita a locais símbolos da arte e cultura de Minas Gerais, a delegação, liderada pela coordenadora artística do Instituto, Valéria Pazeto, vivenciou um processo de formação riquíssimo nas dimensões profissional e pessoal. “O Instituto proporcionou aos visitantes uma grandiosidade de experiências estéticas que são essenciais para o percurso de formação continuada de todo profissional, mas sobretudo daqueles envolvidos com as artes. Os lugares que visitamos são fontes de inspiração capazes de despertar sentimentos e memórias que, por sua vez, são instrumentos fundamentais para a criatividade. Além disso, experiências estéticas aguçam o olhar crítico e reflexivo para a realidade na qual vivemos, em um caminho de pensar o passado para projetar o futuro. Nesse sentido, profissionais imersos em experiências estéticas “contaminam” seus alunos e contribuem para o seu desenvolvimento.”, analisa Valéria.
A delegação reuniu profissionais dos núcleos do IORM de Guaíra, Miguelópolis, Ipuã e Orlândia, proporcionando uma experiência única e a certeza de que a arte une. Membros da delegação estabeleceram um paralelo entre a arte exposta em Inhotim e as experiências imersivas vividas em laboratórios para a produção do espetáculo A Bela Adormecida Contemporânea, que será apresentado pelo Agenda Cultural no final deste ano como conclusão das Oficinas de Artes Usina da Dança.
O laboratório de formação artística cultural integra as ações de treinamento propostas pelo Agenda Cultural 2022 – PRONAC 212460, realizado pelo Instituto ORM, Ministério do Turismo por meio da Secretária Especial de Cultura.
Depois da viagem de formação a Belo Horizonte e Inhotim, foi o momento de decantar experiências vividas e tudo o que foi sentido por cada aluno e profissional. A coordenação artística do IORM elaborou um miniquestionário que contribuiu para que os participantes da viagem norteassem suas reflexões sobre o que viveram contribuindo para a construção do novo espetáculo.
Para cada visitante, uma experiência
Confira a opinião de participantes da delegação do IORM aos templos de arte e cultura de Belo Horizonte e Brumadinho.
Das experiências estéticas (obras, lugares, sons, paladares…) que vivenciaram, o que mais afetou? Quais emocionaram?
“Pra mim foi uma experiência única, com sensações jamais sentidas. Cada lugar, cada obra, ficará pra sempre em minha memória e lembranças. De tudo o que vi e pude presenciar, o que mais me tocou foi o momento em que conheci a obra no Inhotim. Através dos sons pude ter a sensação de estar em outro lugar, como que aquilo que estava presenciando me levasse pra longe.” Aline Siqueira – Secretária. Núcleo IORM Orlândia
“O que mais me fascinou foi a obra “Através”, de Cildo Meireles, porque é uma exposição que utiliza elementos do nosso cotidiano, e inspira outro sentido além da visão: o tato. Nossos olhos tentavam se acostumar às luzes passando por obstáculos impostos e vidros quebrados. Me proporcionou sentimentos conflitantes, como superação e apreensão, confusão e agonia, otimismo e dificuldade. Os materiais utilizados, aparentemente desorganizados, mas inexplicavelmente organizados, aliados ao ruído das solas da exploração do ambiente, utilizaram a arte visual como ferramenta para apresentar os limites e obstáculos que marcam a trajetória de cada pessoa.” Ana Caroline Marcolino de Oliveira – Professora de Jazz Dance
Núcleo IORM Miguelópolis
“A visita a Casa Fiat e as obras de Inhotim. A Casa Fiat ganhou minha atenção pelo contexto e de certa forma a localização histórica em que está inserida. O local exala cultura e ainda mais quando nos sentamos no tapete vermelho e conversamos sobre a obra de Portinari. Já as esculturas e obras de Inhotim foram feitas para observarmos por horas. O ideal seria tirar as próprias conclusões, baseadas nas nossas vivências e só depois ler o contexto verdadeiro do artista, e de alguma forma, tentar costurar essas duas visões.” Ana Luiza Bolsoni – Professora de Ballet Clássico. Núcleo IORM Ipuã
“A obra Linda do Rosário, da Adriana Varejão me tocou bastante. Quando vi a obra, me veio um frio na barriga e de certa forma um mal-estar. Veio na minha cabeça as pessoas que se sentem vazias por dentro, ou que estão destruídas e sem forças pra lutar.” Sauana Letielly – Professora de Expressão Corporal. Núcleo IORM Guaíra
“Todas as experiências vivenciadas foram maravilhosas, desde o caminho percorrido até a chegando em Belo Horizonte, as montanhas realmente me encantaram. Na verdade, paisagem é uma coisa que me encanta, e como descrever as diversas paisagens vistas nesses três dias?
Inicialmente, fizemos uma caminhada cujo destino final foi a Casa Fiat Cultura, um momento muito especial, de muitos risos e brincadeiras. Almoçamos comida típica de Minas em um restaurante ao lado da Casa Fiat, pois às 14h daríamos início a tão esperada visita Educativa previamente já agendada.
Visita na Casa Fiat:
Um dos momentos mais ricos da viagem, onde pude conhecer a prática de como funciona um dos principais centro culturais do nosso país, e além de tudo vivenciar um pouco da história de Belo Horizonte. Foi uma emoção em ver no hall da Casa Fiat a belíssima obra de Portinari, Civilização Mineira, de 1959, tão vivenciado atualmente em nosso projeto.
Ainda no interior do museu, visitamos a Sala de Acessibilidade, cujo acervo oferece obras em braile. Conhecemos o exterior da casa Fiat de onde pudemos ver o exterior do palácio da Liberdade e ouvir as histórias que marcam a cultura da cidade.
Parques das Mangabeiras
Na manhã do dia 10, toda a equipe foi ao parque das Mangabeiras, um lugar com vasta vegetação nativa, e a encantadora vista oferecida pelo Mirante da Mata.
Palácio das Artes
Conhecemos o Palácio das Artes, e as obras itinerantes da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro, mas eu canto.
Mercado Central
O destino seguinte foi um lugar com muitos aromas, sabores, o Mercado Central, ponto turístico para quem vem de fora e ponto de encontro para quem vive na cidade. Com deliciosos pratos da comida típica, cheio criatividade e delicadeza do artesanato e muitos outros preciosos traços da cultura popular mineira, um espaço único, que une tradição e contemporaneidade e encanta por sua singularidade, difícil não lembrar da família em um lugar tão aconchegante.
Lagoa da Pampulha
A lagoa da Pampulha é um lugar maravilhoso que compõe o conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer. Pode-se ver Mineirinho e Mineirão, e a belíssima Igreja de São Francisco, com várias obras de Portinari, entre outras.
Inhotim
O último destino foi a tão temida Brumadinho, pelo menos é assim que me remetia a cidade em questão. O maior obstáculo da viagem era o temor e a tristeza que a cidade me trazia, impossível não falar da tão marcante tragédia ocorrida em 2019. Hoje a cidade não mais representa isso. Para mim Brumadinho possui um dos lugares mais incríveis que já vi na vida: Inhotim, o mais museu a céu aberto do mundo, cheio de encantos, diversão e muita cultura.
Impossível não ser tocado pela arte de Inhotim. Presenciei coisas que se relacionaram ao Laboratório do Espetáculo já trabalhado e apresentado Cores que Curam onde obras expostas em Inhotim puderam ser vivenciadas por nós na casa Sensorial no espetáculo passado, e que surreal foi isso.”
Não poderia deixar de citar é claro dando seguimento ao laboratório deste ano com as ressignificações do novo espetáculo: A Bela Adormecida. Acredito que a maior relação de tudo que foi visto são os sentimentos descritos, através do que cada obra nos trouxe. Tudo o que vivenciamos nos remete ao espetáculo da Bela Adormecida Contemporânea, virtudes e desvirtudes que nos compõe como seres humanos e que vem sendo trabalhadas no dia a dia da instituição.” Laís Danielle – Assistente Social. Núcleo IORM Orlândia