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Usina da Dança

Alunos da Usina da Dança participam da Descoberta do tema do Espetáculo 2024: A beleza

O Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM, deu a largada para a construção do espetáculo 2024 da Usina da Dança, que vai circular pelos palcos de Guaíra, Ipuã, Miguelópolis e Ipuã entre os meses de novembro e dezembro.

No mês de junho, 440 alunos dos quatro polos do Instituto participaram do intenso processo de descoberta do tema, que é o fio condutor da montagem do espetáculo. E esse tema é baseado na escuta ativa das crianças e adolescentes assistidos pelo Projeto.

“O evento da Descoberta do tema é fundamental para dar continuidade aos processos que envolvem a concepção, criação e materialização do espetáculo. É o momento para introduzir as crianças e jovens na temática principal. Essa temática parte da escuta sensível das próprias demandas dos alunos, de seus questionamentos e conflitos. Como protagonistas do processo e do produto, a Descoberta dá abertura para que nossos alunos sejam autores colaboradores de toda a construção.”, informa a coordenadora Artística da Usina da Dança, Valeria Pasetto.

Antecedendo a Descoberta, a equipe de educadores do IORM teve o desafio de responder às perguntas que nortearam as atividades da descoberta: o que é Beleza? Qual a nossa Beleza enquanto instituição? Como introduzir o origami e os pássaros como símbolos da transformação e das travessias que compõem a temática do espetáculo?  “A Beleza então, ganhou uma abordagem filosófica, subjetiva e inexata. Beleza que nem sempre é racional, que tem a ver com o gosto individual, hábitos familiares e a cultura. Que desperta prazer aos sentidos, que significa gentileza, encanto e agrado. É oposto à horrorosidade, à feiura. E a nossa Beleza está na transformação do ser humano através das artes.”, continua Valéria.

Nas próprias turmas, as crianças e jovens deram os indicadores para os próprios personagens que irão assumir. Os professores estabeleceram as modalidades  de dança que serão trabalhadas com cada turma.

Exercício

O processo de Descoberta,  realizado em Orlândia no dia 18 de junho, em Miguelópolis no dia 19 de junho, em Guaíra no dia 20 de junho e em Ipuã em 21 de junho: foi  longo, cuidadoso, inclusivo e desenvolvido turma a turma de cada Núcleo. Cada aluno recebeu uma folha de papel sulfite em branco, que esteve presente em todas as etapas da Descoberta, se transformando em um origami, que é a arte de dobrar papel, frequentemente associada à cultura japonesa, embora esteja presente no mundo todo.

Realizado o desafio proposto, cada aluno recebeu como recompensa as instruções com um determinado número de dobraduras que deveriam ser feitas no papel, representando elementos relacionados aos pássaros, como a gaiola, o ovo, o ninho e o voo…  até que no final, cada participante tenha em mãos um barco de papel.

Entre os desafios divertidos, os alunos tiveram que  encontrar as chaves para  libertar um  frágil ovo cozido a ser cuidado durante todo o percurso. Tiveram que construir um ninho com os materiais disponibilizados nos núcleos, entre os quais cobertores, almofadas, pufes, palha e prendedores para simular o bico do passarinho. “Ninho aqui, como representação de um lugar de proteção, aconchego, o lar… Um lugar que prepara as pessoas para alçarem voos”, sinaliza a coordenadora Artística.

Em seguida, balas de goma representaram minhocas como alimento para os pássaros abrigados nos ninhos. Pássaros representados pelos alunos de olhos vendados. Depois de simbolicamente bem alimentados, cada aluno representando pássaro tinha o desafio de aprender a voar em um exercício de saltar no pula a pula até alcançar a distância pré-estabelecida. O registro fotográfico do momento da impulsão remeteu à ideia do voo.

Na próxima etapa, os alunos, em conjunto, tiveram que dosar o sopro para fazer o barco de papel percorrer uma pequena distância em uma piscina,  completando a jornada.  Sentados em roda, os alunos receberam a tarefa de descascar  o ovo recebido no início do processo de Descoberta.

Ao som de trilhas de natureza, como canto de pássaros, os alunos foram posicionados em frente ao espelho para uma auto-observação, correlacionando  a descoberta do conteúdo do interior do ovo, com a descoberta de recursos internos de cada um. Os professores mediadores instigaram os alunos a perceber o que há de mais bonito em si próprios e a registrar essa percepção na folha de tarefa levada para casa.

O barco construído em papel, foi guardado no Instituto e retomado na aula seguinte, durante a qual, cada professor deu continuidade aos processos criativos junto à sua turma.

O milho, alimento para os pássaros, compôs o lanche servido aos alunos, em forma de pipoca.  “Encerramos a atividade, com todas as turmas reunidas, recapitulando  todos os pontos da Descoberta, explicando seus sentidos e ouvindo as opiniões e entendimentos dos participantes.”, sintetiza Valeria.

Para Casa

Além das atividades desenvolvidas no Núcleo, os alunos foram convidados a levar para casa uma folha tarefa. Nessa folha, alunos e seus familiares deveriam responder à pergunta: “no seu jeitinho de ser, o que é belo dentro de você, no seu interior”.

Também tiveram que responder em família qual pássaro tem essas características registradas no barco?

As crianças voltaram para o IORM com suas respostas sobre os pássaros. Mediados pelo professor, as características foram organizadas e comparadas dentro da turma, dinâmica que permitiu o estabelecimento de um pássaro comum para toda turma. “O pássaro aluno foi a metáfora que utilizamos para definição dos personagens de cada grupo, com características que representassem esses alunos”, explica Valeria. Além das turmas de pássaros, houve a seleção de turmas que representarão outros elementos desse universo, como o ninho, o ovo e a gaiola…

“Cada turma terá então pássaros individuais e um coletivo. Em agosto acontecerão as oficinas de Origami com a proposta de confecção de um pássaro em comum mediado pelo profissional que aplicou a dinâmica de junção em sala.  Os origamis de pássaros serão utilizados como instalação nos locais do espetáculo, em formato de mobiles. E mesmo as turmas que não serão pássaros, e sim ovo, gaiola e ninho, irão confeccionar os seus próprios pássaros, pois eles irão compor essa montagem durante a apresentação.”, conclui.

Esta ação integra o Plano Anual Agenda Cultural 2024 – PRONAC 235686, projeto realizado pelo Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça e Ministério da Cultura.

Guaíra

Ipuã

Miguelópolis

Orlândia

 

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